COMUNICAÇÃO NO CONDOMÍNIO

  • 26/04/2019
  • Marcelo Moreira Duarte

Whatsapp nem sempre é a melhor alternativa para solucionar problemas.

Nos últimos dias estive viajando bastante para palestrar em congressos do setor de administração de condomínios.

Aproveitei para trocar bastante experiências com colegas do setor e com muitos síndicos, e uma questão foi bem debatida e foi fácil chegar a um consenso. Grupo de moradores no WhatsApp em condomínio não está funcionando como deveria, e vou explicar o motivo:

O fato é que as pessoas continuam com foco no problema! Os moradores em condomínio não compreendem que quanto mais falarem do problema, maior ele ficará e nas discussões no WhatsApp só sabem criticar!

Nosso site tem uma Ferramenta importante para Ajudar na Comunicação do seu condomínio.

A comunidade condominial tem apenas uma missão: ajudar! Bem diferente de como estão sendo discutidos os assuntos nos grupos de WhatsApp em condomínios, pois em grande parte só sabem atacar.

“Os moradores devem ter consciência de que o poder não está no problema e sim na solução”.

Basta o morador se colocar no lugar do síndico, do conselheiro, do pessoal da administradora, do porteiro, do faxineiro e pensar que ao invés de criticar e apontar os erros, deve colaborar e dar sugestões para melhorias e por obrigação apontar soluções, é simples!

Um exemplo de situação no grupo de WhatsApp:

“Bom dia vizinhos! Agora há pouco observei um morador estacionando o seu carro em uma garagem de visitantes. Seria educado um de nós avisá-lo e sugerirmos ao síndico instalar uma sinalização no local com a regra e que seria de muita valia um diálogo com nosso vizinho, lembrando-lhe de que ele está fazendo errado, para que ele sabendo de que não pode estacionar naquele local, volte a ficar em dia com suas obrigações, liberando a vaga para os nossos visitantes quando chegarem”.

Todos acham que é assim que acontece?

Tenho certeza que muitos que estão lendo este artigo irão dizer: “Até parece, a gente avisa o cara e ele voltará a deixar o carro lá do mesmo jeito”. Focando no negativo novamente.

Se for uma pessoa do bem, certamente não retornará mais com o carro, mas se for uma pessoa que gosta de transgredir regras, o correto, depois de uma conversa mal sucedida, é alertar o síndico e dessa forma então solicitar uma notificação e se não for cumprida, aplicar uma penalidade baseada nas regras do condomínio.

Para cada erro temos mil soluções e se cada morador quando verificar uma deficiência no condomínio, rapidamente dar seu apoio e uma ajuda para se alcançar uma melhoria, percebam como seria bem melhor a vida no condomínio? O foco é a solução!

Acontece que os moradores passam o tempo todo criticando, buscando o chamado “pelo em ovo” e ficam apontando somente as deficiências, como se todos não pudessem errar, e só ele fosse a perfeição do planeta!

É nesse momento em que a transformação de gatinhos em leões acontece: o morador atrás de seu teclado poderoso, consegue encontrar forças, e não me perguntem de onde sai porque eu não saberia responder, para atacar de uma forma cruel e até mesmo desleal em muitos casos, criticando o síndico de forma violenta (o leão).

Quando o encontra o síndico pessoalmente nas dependências comuns, sequer olha nos olhos (o gatinho).

Está claro para mim de que tudo isso é porque cada um só pensa em seu “umbigo” e esquecem de que atrás daquele cargo de síndico existe uma pessoa, um ser humano digno e honesto que merece respeito e acima de tudo, precisa de carinho.

Quero com este artigo fazer um alerta: precisamos todos pensar mais em servir, ajudar, elevar as pessoas antes de destruí-las.

É importante e imprescindível que antes de sair atacando, primeiro devemos conhecer quem está no cargo do síndico, entender os motivos que levaram a tomar algumas decisões e dialogar, mas acima de tudo, tentar se colocar no lugar do outro, no lugar do síndico, ou até mesmo no lugar do seu vizinho.

As pessoas julgam, acusam, em muitos casos difamam a idoneidade de uma pessoa sem saber quem elas são, é uma crueldade e covardia sem limites.

Acompanhei um grupo em um condomínio onde um novo morador falou muito mal da sindica do condomínio, sem nunca ter visto.

Simplesmente porque no dia da sua mudança tinha um carro estacionado na sua garagem, e quando procurou a síndica, que não teve tempo para responder a um WhatsApp, foi o suficiente para uma “denúncia” no grupo falando da “omissão” da mesma  em resolver o problema, que no caso tratava-se de um morador que sem nenhum respeito havia deixado o carro na vaga sem autorização do proprietário.

Pergunto: que culpa a síndica tinha nessa questão?

O síndico é responsável pela falta de educação dos moradores em um condomínio? Logicamente que não!

O síndico deve ajudar na formação das pessoas informando, ajudando a entender que existem regras (aliás, é uma obrigação de um morador ler todas as regras em um condomínio antes de ir morar e praticá-las quando mudar), mas fazem do sindico uma verdadeira “babá” dos moradores, como se tivesse obrigação carregar todos no colo.

É chegada a hora de fazermos uma grande reflexão e nos colocarmos mais como moradores servidores, entendermos que o condomínio é uma comunidade e um bem de todos, onde é preciso agir em prol da coletividade.

Sair da zona de conforto e do “eu” e começar a pensar mais em “nós” e saber que todos erram, começando por nós mesmos e que todos precisamos de mais amor, apoio e muito mais incentivos do que críticas.

Se o seu condomínio tem um grupo de WhatsApp, e se por ventura um problema seja apontado, comece por você a escrever uma solução!

Imagine se todas as agressões fossem trocadas por uma sugestão?

Se o foco for de realmente melhorar a qualidade de vida de todos, os grupos serão canais para as pessoas se apoiarem, encontrarem um caminho para que o condomínio se transforme em um ambiente cada vez melhor, mais seguro e valorizado, com pessoas amáveis e agradáveis para se conviver.

Pensem nisso: agindo para o bem, lançando ideias construtivas, sugestões de melhorias, apresentando soluções, é assim que se constrói um condomínio de verdade!

Termino este artigo com uma frase de Madre de Calcutá: “Não sou contra a violência, sou a FAVOR DA PAZ”.

*Marcelo Moreira Duarte é palestrante e fundador da administradora Sigecon Condomínios e um entusiasta da vida em condomínios.